Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro*
15 de abril de 2012
Em pleno século XXI e ainda não inventaram uma máquina do tempo? Cientistas e físicos, creio que vocês estejam um pouquinho atrasados. Vamos deixar de lado suas teses em relação como tudo começou, a origem dos planetas e esse blá blá blá todo e vamos nos focar nisso! Querer revirar o passado é desculpa pra quem tem medo do futuro. E sabe, eu tenho um pouquinho desse medo, pelo modo como tudo vem acontecendo e mudando… Quem aqui não gostaria de voltar a ter 5 anos de idade? Voltar para o pré-escolar onde eu ainda estava aprendendo a escrever. Quando um cotovelo ralado e um galo na cabeça eram as piores dores que eu poderia sentir. Quando ninguém ousava ferir meu coraçãozinho pequeno e frágil. Quando eu pensava que beijo na boca engravidava. Quando eu pensava que meu pai não podia me ver por estar trabalhando demais, e não porque não queria. Quando o meu dia perfeito resumia-se a acordar cedo, ligar a TV e ver desenhos. Quando uma briga com uma amiga não durava nem 5 minutos e já voltavamos a ficar de bem. Quando existia algo de verdade. Algo puro e verdadeiro. Aí você coloca a ideia na cabeça de que ficar velho é bom, de que ter 15 anos deve ser ótimo e 18 então, melhor ainda. Veja só, crianças são tão inocentes a ponto de pensar que crescer é uma coisa boa. Cronologicamente, óbvio. Porque não ando satisfeita com meu 1,74m de altura. Não ando satisfeita com o que eu tenho escrito, e em pensar que quando eu criava uma historiazinha de cinco linhas na escola a achava a mais perfeita. João e Maria sempre eram os personagens principais. Eles se conheciam num parque, namoravam, casavam-se e depois viveriam felizes pra sempre. Quando se é criança tudo se resume a isso: Simplicidade. A dor agora incomoda mil vezes mais. Peço que o próximo rapaz ao invés de me deixar que me derrube, fazendo com que eu rale alguma parte do corpo. É menos pior que a dor que fica quando alguém se vai. Com o tempo descobri que beijar na boca não engravida, mas não ousava contar pra minha mãe. Eu achava que ela não sabia da verdade. Meu pai nunca me vê não por estar trabalhando demais e sim pelo fato de não querer. Pra que se importar com uma filha bastarda, que surgiu sem algum planejamento e desejo da parte dele… Dias perfeitos simplesmente não existem mais. Eu acordo e penso: “Hoje vai ótimo, tudo vai dar certo!” Que nada, acaba sendo pior que os dias anteriores e, ironicamente, melhor que o dia seguinte. Porque quando se cresce a tendência é piorar. Dores, amores, brigas… Amigos que antes não ficavam nem 5 minutos sem falar comigo hoje em dia mal olham na minha cara pra dizer um “oi”. Quem sabe, se todos nós não tivéssemos deixado aos poucos a inocência no caminho hoje estaríamos melhores?! Não pra nós mesmos, mas pra todos. Crianças conseguem ser sinceras, amar de verdade, se importar… Tudo isso sem nos machucar depois. Adultos nos machucam de qualquer forma, com tudo. Talvez o erro esteja em deixar que a mente envelheça junto ao corpo. Não que tenhamos que ser imaturos e infantis. Só retroceder aos poucos, pegando pelo caminho a inocência que um dia já deixamos pra trás, os sentimentos puros. A verdade. E não deixar que vão embora, porque quando deixamos coisas boas partirem pessoas boas também se vão junto a elas ..
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